terça-feira, 22 de abril de 2014

The Temple of Law and Order


The Temple, Londres - 2010
Há momentos e momentos. Há sítios e lugares onde estamos e que são diferentes e reais e que, no entanto, parecem cenas de um filme. 
Este é um deles. O bairro de Temple não é apenas o lugar onde se situa a Temple Church, que já era notável antes do Código da Vinci a ter tornado célebre em palavra e imagem. É uma igreja pequena mas que se impõe, situada no centro de um bairro com caracteristicas muito próprias: The Temple, um dos principais centros legais de Londres e da Justiça Inglesa.
Ali se erguem dois dos principais tribunais (Inns of Court), autoridades locais na área onde se situam. 
Entra-se no bairro a partir de Fleet Street ou da Strand, a norte, ou do Victoria Embankment, a sul. É um lugar sossegado, habitado por salas de audiências e de trabalho de advogados e juízes. Fora das horas de expediente é um lugar reclusivo, de ruas labirinticas, que por vezes terminam em portões de carvalho fechados.

Tudo ali respira Lei e Ordem. Não há opressão ou dureza, mas sim uma atmosfera de silêncio, que nos leva a falar baixo, como se tivessemos entrado num tribunal. Ou numa igreja.

Ora ali também há lojas - elas refletem o que ali se vive.
Obviamente, vendem os adereços que adornam a Justiça Inglesa: togas e becas, para usar os termos portugueses, mas também colarinhos e gravatas e, claro, cabeleiras.
Tinhamos acabado de entrar a partir de Fleet Street e, de repente, ali estava ela. Pequena, discreta, sossegada. Mas de montras tão convidativas.
Empurrei a porta e fui recebida com o sorriso intrigado de quem pensa "Olha uma turista que se perdeu!". Mas a conversa foi fácil: comprar um adereço de juiz para um amigo, como recordação de férias, abriu também a porta para a curiosidade mútua.
O sorriso intrigado deu lugar a sorrisos abertos e a uma conversa bastante longa e amigável. Afinal o dono da loja conhecia Portugal, viajava até cá com frequência, uma vez que era sócio de uma empresa sediada bem perto de nós.
A conversa prolongou-se, deu direito a explicações sobre indumentária e a um aperto de mão alegre e afetivo antes da partida.

E, claro, o Zico ganhou uma gravata de juiz.




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