quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Entrevista com o Pai Natal

Posto dos Correios, Aldeia do Pai Natal, Lapónia - 2013
Tenho uma triste noticia para dar às crianças de todo o mundo: andam a ser enganadas pelo vosso pai. Quando ele vos diz que o Pai Natal não existe, está a enganar-vos.

O PAI NATAL EXISTE !!! Eu sei. Eu já estive com ele. Aliás, eu tenho uma fotografia com ele que o pode comprovar.

Vou-vos contar tudo.
Num passado mês de Agosto (porque será sempre em Agosto?) fomos até à Lapónia, junto ao Circulo Polar Ártico.
Nessa nossa aventura ficámos em Rovaniemi, cidade próxima da Aldeia do Pai Natal.

Apesar da educação que recebemos ("o Pai Natal não existe"), fomos até lá pela curiosidade. Para ver como é que eles mostravam o Natal e, sobretudo, o Pai Natal.

Na ausência de neve (estávamos em Agosto, lembram-se) os edifícios da aldeia não se destacavam muito da paisagem. Todas as construções são, basicamente, feitas de madeira e pedra.
Umas lojas de "souvenirs", uns restaurantes, umas renas e, claro, o posto dos correios compõem o lugar.

Estávamos nós num dos edifícios quando um jovem vestido de elfo (que, bem vistas as coisas, não sei se não seria mesmo um elfo) apontou para uma porta discreta e perguntou-nos se não queríamos falar com o Pai Natal. "Não precisam de pagar nada", disse ele.
Como já tínhamos visto mais ou menos toda a aldeia e ainda faltava muito para o autocarro nos devolver ao hotel, decidimos aceitar o desafio.

Atravessámos a porta e, à nossa frente o corredor transformou-se numa espécie de mina ou galeria. Nas paredes estavam vários desenhos técnicos descrevendo como o Pai Natal conseguia percorrer todo o mundo a entregar os presentes aos meninos, sempre à meia-noite. Basicamente consistia em abrandar a rotação da terra, agindo sobre o seu eixo.
De repente (zás!) estávamos nós perante o eixo da terra e os mecanismos utilizados pelo "senhor de barbas" para manipular a rotação da terra e proceder às entregas.

Uma grande escadaria de madeira levou-nos ao andar de cima onde ficava uma antecâmara, uma sala de espera. Nessa sala existiam junto à parede uns bancos corridos, onde nos sentámos, a aguardar a nossa vez para o prometido encontro. À nossa frente um rapazinho com os seus pais aguardava, também ele, a sua vez.

Um elfo veio buscar a família que nos precedia e encaminhou-os para a sala seguinte.
Enquanto aguardávamos a nossa vez fomos vendo as paredes repletas de fotografias de outras pessoas ou grupos que já lá tinham estado, sempre acompanhados pelo Pai Natal.

Chegada a nossa vez, o elfo perguntou de onde vínhamos, fazendo-nos passar à sala seguinte.
Esta nova sala tinha um aspecto acolhedor, destacando-se uma espécie de sofá largo, de onde o Pai Natal saiu para nos vir receber.
Como um bom anfitrião pediu-nos para nos sentarmos, perguntou pela nossa viagem e esteve ali um bocado à conversa connosco.

Juro-vos. Aquele momento foi mágico e o Pai Natal revelou-se uma pessoa maravilhosa.

Depois de uma experiência como esta não é possível dizer a alguém que o Pai Natal não existe.

Já quanto ao Coelhinho da Páscoa ...

domingo, 14 de dezembro de 2014

O cortejo das pedras

Carnac, Bretanha - 2002
Chegámos ainda de manhã.
O dia estava cinzento e chuvoso. Não uma chuva intensa mas uma poalha desagradável que se entranhava na roupa, causando desconforto. 

Estacionamos o carro junto da povoação e andamos algumas dezenas de metros até termos a primeira visão, o primeiro contacto.
À nossa frente, numa larga faixa de terreno, erguiam-se centenas de pedras, todas elas alinhadas em várias filas.

Nessas férias a estrada levou-nos até à Bretanha.
Estabelecida a nossa base em Rennes, durante perto de uma semana, fomos deambulando e descobrindo aquela região de França.

Apesar de ter alguma curiosidade, visitar Carnac não era uma das minhas prioridades. No entanto, estando ali tão perto, não podiamos deixar de lá ir.

Frente a tão invulgar paisagem tinha que concordar com o destaque que lhe é dado.
O conjunto que agora contemplava era algo de estranho (embora o clima também ajudasse a dar algum ambiente). Frente a tão singular paisagem não podemos deixar de fazer aquelas perguntas que dezenas de arqueólogos também já fizeram: para quê estes alinhamentos? Porquê este lugar?

Verdade seja dita, nem as pedras nem ninguém me responderam às questões. Mas valeu a pena lá ter ido.


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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Natal em Agosto (II)

Loja em Heidelberg, Alemanha - 2007
Seja pelos tempos que se avizinham, seja por qualquer outra razão, o facto é que ultimamamente apenas me têm vindo à memória situações em que, quando menos espero, me cruzo com o Natal.
Curiosamente (ou talvez não) ocorreram sempre no Verão.

Este meu encontro aconteceu durante a nossa passagem por Heidelberg.
Convém talvez referir que, nos poucos dias que por lá andámos, o clima esteve sempre muito incerto. E apesar de termos apanhado algum sol, choveu em boa parte do tempo. Quanto a temperaturas, andaram sempre mais para o fresco do que para o quente.

Ora, num dos finais de tarde, após termos dado um longo passeio pela cidade velha, o tempo (re)começou a ficar mais invernoso. À medida que o sol foi baixando, a temperatura foi também ela descendo e,.por fim, começou a cair uma chuvinha miúda muito desagradável.

Uma vez que ainda faltava algum tempo para pensarmos em jantar, para fugir à chuva decidimos entrar no que me pareceu ser uma pequena loja de artesanato.
Lá dentro verificamos que a loja se prolongava, vislumbrando-se a existência de mais salas. Como tempo era algo que não nos faltava, fomos entrando e vendo o que por ali havia.
Bonecos "quebra nozes", com as mais diversas indumentárias, brinquedos de madeira de vários tipos, candelabros para velas, feitos de madeira recortada, e muitos outros objectos, maioritariamente natalícios, foram fazendo as nossas delícias.

À medida que a nossa atenção ia saltando de uma peça para outra, fomos avançando para o interior da loja, aproximando-nos da sala central. E foi aí que o encontro se deu. Quando entrámos a visão foi magnifica. No centro uma enorme e brilhante árvore de Natal dominava a sala.
Nesse momento esqueci-me do mês em que estávamos e, naquela sala, com aquela árvore, rodeado de brinquedos, senti-me no Natal.

O lugar era tão agradável que, confesso, foi com alguma pena e custo que nos afastámos da árvore e saímos da loja. Já cá fora na rua, o tempo fresco e chuvoso foi prolongando um pouco mais o clima natalício (pelo menos para os nossos padrões) gerado por aqueles momentos, dentro daquela loja.

Apesar de não nos termos apercebido do tempo gasto lá dentro, a fome fez-nos voltar à realidade. De facto, não há nada como um bom jantar, numa pequena cervejaria (alemã, claro) para nos afastar das nostalgias de Inverno e nos "trazer de volta" ao mês de Agosto e às férias de Verão.


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