domingo, 22 de fevereiro de 2015

Sto Hilario e o vinho

Aldeia de Saint-Hilaire, França - 2000
Nesse ano decidimos percorrer a região Cátara, à volta de Carcassone.
Depois de determinados os possíveis percursos no mapa, fomos indo ao encontro das edificações medievais que por ali abundam.
Calhou nesse dia ir à abadia de Santo Hilário, junto a Limoux.

A abadia situa-se numa pequena aldeia, onde chegámos perto da hora do almoço. À entrada da abadia um grupo de escuteiros aguardava os visitantes, servindo de cicerone na visita ao local.

Dada a volta pelo edifício, levaram-nos a um anexo, onde se situava a antiga adega. Escavada na terra, tinha a particularidade de conseguir conservar uma temperatura quase constante, situada perto dos 18º, fosse verão ou fosse inverno.

A partir desse momento começaram as revelações.
De acordo com os nossos guias terá sido nessa abadia que se “descobriu” a forma de produzir o vinho espumante: o cremant (neste caso de Limoux). E quem seria um dos monges dessa abadia? Nem mais nem menos que um tal de Perignon que, mais tarde, se teria mudado para outra abadia, situada na região de... Champagne, levando consigo o segredo.
Pois é. De acordo com os nossos guias, o champagne teria tido a sua origem aqui.
E para comprovar este facto, a visita terminou com uma prova (e possível venda) do bendito cremant.

Seja a história verdadeira ou falsa (em abono da verdade nunca me dei ao trabalho de a verificar), o que é facto é que o vinho é bom. E, como prova, trouxemos algumas garrafas de recordação.

Passado alguns anos voltámos à região. Prescindindo da visita, fomos logo à sala das vendas para repor o stock.

Na nossa terceira passagem pela região, a nossa peregrinação a Sto. Hilário desiludiu-nos.
Mais dedicada às questões artísticas e religiosas, a abadia deixou de patrocinar a divulgação do património vinícola da região.
Como compensação da nossa desilusão, indicaram-nos alguns dos produtores locais, permitindo-nos outro tipo de visita: a dos campos de vinha e das quintas de produção vinícola.

O cremant continua a ser muito agradável de beber. 
Mas para mim, perdeu um pouco do seu misticismo.



Informação adicional em:
Site oficial da abadia
Les AOC de Limoux