Museu do Louvre, Paris - França - 2005 |
A primeira vez que realmente a vi foi em 1985.
Estava atrás de um vidro grosso, rodeada por uma multidão de turistas.
O local, uma pequena sala cheia de conhecidos quadros de Leonardo da Vince, abandonados dos olhos dos visitantes.
Demorei quase 20 minutos a chegar à frente da multidão para a poder ver mais de perto.
A sensação que senti foi algo estranha. Um misto de fascínio e de desilusão. Por um lado a grandiosidade do nome. Por outro a pequenez, diria mesmo a humildade, do quadro.
Curiosamente estava também rodeada de cartazes a pedir para que quem a fotografasse não fizesse uso de flash para não danificar o quadro. Passou-se aliás um pequeno incidente com um turista oriental. Desconhecedor da sua pequena máquina compacta, esta acendeu automáticamente o flash no momento do disparo. Gerou-se um côro de protestos de tal ordem que quase tive medo de assistir, em directo, a um linchamento público.
Em 2005 tive a possibilidade de a rever. Já lhe tinha passado o "código da Vinci" por cima e fui encontrá-la numa grande sala, em lugar privilegiado, afastada dos outros quadros do seu autor.
Curiosamente o destaque agora atribuido não só aumentava a sua pequenez (e infelizmente a minha desilusão) como também alguma indiferença nos seus visitantes.
Havia mais pessoas interessadas em se fazer fotografar junto dela, provocando o constante relampejar dos flashes das máquinas digitais e dos telemóveis (sem que alguém se importasse com o facto), do que própriamente daqueles que a queriam contemplar.
Curiosamente veio-me à cabeça a célebre teoria conspirativa de que, de facto, o verdadeiro quadro não é o que está exposto.
Mas estes pensamentos passaram rápidamente para outro plano. O Louvre é um mundo e o tempo de visita escasso, pelo que há que continuar para o próximo ponto de visita.
No nosso caso, La Tour.
No nosso caso, La Tour.
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