Bancos de Memória em nome de Betty e Malcolm Rowe, que dali viam diariamente o pôr do sol Bamburgh, agosto 2006 |
Antes de pisar solo inglês nunca tinha visto nenhum. Nem
nunca ninguém me tinha falado neles. Tive uma disciplina anual inteiramente
dedicada à cultura inglesa mas não ouvi qualquer referência aos bancos de memória.
E, no entanto, são talvez a mais comovente manifestação de amor que alguma vez
vi.
Não são obras de arte, não são feitos de materiais únicos e nobilíssimos,
não gritam tristeza, desespero, choro, lamentação. São simples bancos. Bancos
de madeira, de uma singular simplicidade. Podem estar num jardim, numa rua,
numa alameda, num lugar especial de onde se vê o pôr do sol, ou um rio, ou
simplesmente quem passa. Chamam-se Bancos de Memória.
Convidam-nos a sentar e dizem-nos ao ouvido o nome de alguém
para quem aquele lugar foi especial.
E por momentos esse alguém senta-se ao nosso lado e vê o pôr do sol mais uma vez, ou olha com os nossos olhos a gente que passa.
E por momentos esse alguém senta-se ao nosso lado e vê o pôr do sol mais uma vez, ou olha com os nossos olhos a gente que passa.
Não sabemos quem era, mas sabemos que alguém o amou o
suficiente para fazer perdurar o seu nome numa placa de um banco oferecido ao descanso
do viajante que passa, para que dali veja o que esse alguém outrora viu.
Não há ali lágrimas nem desespero. Há apenas amor.
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