Armazéns Harrods, Londres - 2006 |
Diz a tradição que o "Natal é quando um homem quiser".
Estávamos nós no inicio de Agosto de 2006 quando, para grande espanto e noticia nos media, os armazéns Harrods, em Londres, anunciaram a abertura da secção de Natal.
Numa época do ano em que boa parte das pessoas só pensa em calor e sol, falar no Natal parece ser um contracenso. Mas pelos vistos não é.
Calhou estarmos em Londres, quando este anuncio se deu. Obviamente não poderíamos deixar passar a oportunidade de entrar em tão controverso lugar.
Foi assim que, numa bela tarde de Agosto, lá fomos nós visitar a propagada secção.
O espaço, composto por várias salas, era todo ele interior, permitindo-nos esquecer, por instantes, o sol e os vinte e muitos graus que estavam na rua.
Passado o primeiro impacto e à medida que fomos entrando nas salas, fomos sendo envolvidos pelas decorações que nos lembravam a neve e os agasalhos do inverno, pelas luzes coloridas e pelos materiais cintilantes, fazendo-nos entrar no espírito natalício e transportando-nos para outra época do ano.
Tudo isto sem estranhar que, naquele ambiente, as pessoas estivessem com roupas frescas, tais como calções ou camisolas de manga curta.
Esta nova realidade anacrónica, acabou por gerar e envolver-nos numa certa atmosfera "mágica".
Terminada a visita (tendo eu resistido, por vezes com alguma dificuldade, a comprar enfeites natalícios), regressamos de novo à rua e à realidade de Agosto.
No entanto, esta meia hora deixou-me o estranho sentimento de ter vivido numa realidade paralela, onde o calor e o Natal se misturaram.
Não esquecendo que tudo isto foi uma bem montada manobra de marketing, não é pois de admirar que, muitos dos visitantes desta nova secção, tenham saído cheios de embrulhos.
Infelizmente esta experiência faz-me pensar que, ao contrário do dito popular, nos tempos que correm "Natal é quando o marketing quer".
Nota: actualmente a abertura da secção de natal do Harrods realiza-se em Julho.
A parada de Natal, no Daily Mail
A noticia da 'chegada' do Natal, no Guardian
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