A Floresta dos Macacos, França - 1994 |
Numa qualquer vila, no meio do nada, é facil existirem vários pontos de interesse, sejam eles históricos, naturais ou criados para o efeito.
Na nossa passagem pela região do Lot ficamos acampados em Hospitalet, povoação sobranceira a Rocamadour.
Próximo do parque de campismo e de fácil deslocação a pé, para além do centro da povoação (onde há restaurantes, um multibanco e lojas de souvenirs) e de Rocamadour que fica quase por baixo, no vale, há ainda uma gruta pré-histórica, uma exposição/museu particular de miniaturas de comboios e "A Floresta dos Macacos".
Como ficámos lá alguns dias e a Joana era pequena, decidimos num desses dias visitar a Floresta dos Macacos.
A Floresta dos Macacos é um parque natural para onde foram levadas algumas famílias de macacos do Norte de África, de uma espécie em risco (Magot ou Macaco de Gibraltar), para estudo e preservação.
Neste parque os visitantes atravessam a reserva, por um percurso circular pré estabelecido, permitindo-lhes observar as famílias de macacos ali existentes e interagir com eles.
Na manhã da nossa visita decidi eu (erradamente) vestir uma camisa lavada, na esperança de que esta durasse pelo menos dois dias.
Assim, com um ar mais fresco e lavado, lá fomos nós até ao parque para ver os macacos (e eles verem-nos a nós, claro).
Na entrada, para facilitar o contacto com os animais, é-nos fornecida uma mão cheia de pipocas, pitéu que não é para comermos pelo caminho mas sim para ir distribuindo aos macacos, ao longo do percurso, permitindo-nos aproximar deles.
Como para a Joana andar com as pipocas na mão causava algumas dificuldades, pediu-me que levasse as minhas e as dela. Para isso, juntei as duas mãos em concha, permitindo-lhe ir tirando as pipocas para as dar aos bichos.
Estávamos nós no meio dos macacos, com a Joana a distribuir pipocas pelos presentes, quando um deles se apercebeu da fonte das pipocas e começou a tentar tirar-mas da mão.
Achando-me mais esperto do que o macaquinho, levantei os braços para que estas ficassem fora do seu alcance.
Nessa altura ouvi um dos seguranças do parque, surgido sabe-se lá de onde (juro que não tinha dado por ele), a ordenar-me que largasse as pipocas e as deitasse para o chão.
Antes de eu poder fazer alguma coisa e mais rápido do que a materialização do guarda, o macaco trepou por mim acima, direito às minhas mãos, decidido a comer as pipocas que eu tentava esconder.
Sendo eu bem mandado e já com o macaquinho ao colo, obedeci à ordem que ouvira, largando todas as pipocas que se escondiam nas minhas mãos, tirando-me de cima o peso extra do macaco.
De acordo com o guarda os animais não são perigosos. No entanto não convém criar conflitos com eles porque, estando em estado selvagem, não se sabe qual a reacção que têm, podendo esta ser mais violenta.
Praticamente sem pipocas (sobravam apenas as da Manela), lá fomos percorrendo o resto do caminho, animados com a nova aventura e imaginando o porquê de, de vez em quando, encontrarmos grupos de macacos a deliciarem-se com um monte de pipocas espalhadas pelo chão.
Finda a visita, já perto da hora do almoço, regressámos ao parque de campismo com mais uma história para contar. Infelizmente a nova história ficou também gravada na minha camisa lavada, na forma de pegadas enlameadas, obrigando-me a nova muda de roupa.
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