domingo, 31 de julho de 2022

Ano Novo ou...Hogmanay?

 


As ruas enchem-se de gente alegre e excitada, na perspectiva de receber mais um Ano Novo.

O facto é que não é dia 31 de dezembro e, na verdade, a multidão que nos cerca não está ali para celebrar a entrada de um Novo Ano, está ali para celebrar o Hogmanay. 

Nós também...

Estamos em Edinburgo, com um cenário que conhecemos de cor, mas que agora está pintado de branco. Nevou todo o dia, e as casas das encostas parecem-se ainda mais com as casas encantadas de um conto de fadas. 

É noite cerrada, está um frio de gelo, mas à nossa volta a multidão está a engrossar, o entusiasmo está a subir rapidamente, e a alegria é contangiante. Escoceses ou não, todos estamos ali para participar na caminhada que nos levará até ao Novo Ano. Os archotes, entregues à entrada, já estão nas mãos dos participantes, os desconhecidos à nossa volta já encetaram conversa conosco, e a multidão já se perde de vista. A atmosfera é de festa, ruidosa e alegre. 

De repente, o ruído baixa - os archotes vão ser acesos. 

O primeiro grupo na frente acende os seus archotes nas enormes "taças" de fogo, e logo a seguir acende os archotes da fila de trás. E, como um ritual de partilha, assim é, sucessivamente, até que toda a multidão tenha os seus archotes acesos. O ruído baixou substancialmente e, quando nos pomos em marcha, o ruído das vozes é substituído pelo ruído dos passos. Há um silêncio extraordinário, partilhado por todos os que vêm o desfile, como se todos partilhassemos os mesmos pensamentos e os mesmos desejos. O cortejo de archotes desce a Royal Mile em direção a Holyrood Park. 

Do barulho da espera passa-se a um silêncio emotivo, em que tomamos consciência da multidão de que fazemos parte, do ruído dos passos que enche a estrada, e da imensidão dos archotes.

Poderiamos pensar que era um ato religioso, e talvez o fosse, mas à cabeça da multidão há um enorme grupo de Vikings a preceito, que comandam o passo e o percurso. A imensa planície aos pés do Arthur's Seat está completamente cheia e a visão dos archotes deixa-nos sem palavras.

Quando chegamos, somos orientados para os espaços livres para que todos possam ter um lugar de onde ver o palco. A multidão continua a chegar e o cortejo parece não ter fim. E, de repente, uma banda surge a tocar "I'm Gonna Be (500 Miles)" dos Proclaimers. A canção é considerada como o "Hino informal da Escócia", e há quem cante, quem bata palmas, há foguetes e fogo de artifício, e abraços com votos de bom ano. 

A festa chegou ao fim - o ano também está a chegar. 

Só nos falta uma taça de champanhe ou um belo pint de cerveja escocesa para gritarmos em coro "Feliz Ano Novo!".

  



sábado, 30 de julho de 2022

A selfie

Festival de Edimburgo - 2015 (selfie - Mario Matos)

Ia eu no meu passeio turístico pela ponte de Westminster quando me aproximei de uma pessoa que apontava o telemóvel na minha direcção. Como sempre faço perante alguém que fotografa, afastei-me do ângulo da fotografia e parei para que a mesma pudesse ser tirada sem que eu interferisse nela. Estranhamente, aquilo que de mais óbvio se apresentava como motivo de uma fotografia (as casas do parlamento e o Big Ben), estavam na direcção oposta, isto é, nas costas do fotografo. Na minha direcção não havia nada de particular interesse.
Quando me apercebi que a fotografia tinha sido tirada, e, portanto, eu já não interferia na mesma, apercebi-me também de duas coisas:
1. de que a pessoa que fotografava nem sequer me tinha visto e, mais importante,
2. de que a fotografia era, de facto, para o outro lado. Isto é, era uma selfie.

Até á data tinha apenas convivido com “autorretratos”.
Na era das máquinas fotográficas socorríamo-nos dos temporizadores das máquinas (e de uma pequena corrida para o local da foto) ou, mais comummente, ao auxílio de um transeunte com ar de quem é boa pessoa.

Com o advento da fotografia digital (pode-se repetir até esta ficar bem, ou até nos fartarmos), mas sobretudo com a possibilidade de se fotografar com o telemóvel, o autorretrato deu origem à selfie (o mesmo, mas agora em inglês, logo mais hi-tec, e à distância de um braço).

Em meu abono e até aquele momento, tenho de referir que, quando o autorretrato era com uma máquina fotográfica, nós víamos para onde apontava a máquina, o mesmo acontecendo com os telemóveis que conhecia.
Só que naquele caso não. Aquele telemóvel tinha duas
câmaras (!).

Hoje a selfie tornou-se o standard da fotografia de viagem.
A máquina fotográfica deu lugar ao smartphone (com um número cada vez maior de lentes, câmaras e pixeis), e o documentar o “local por onde estive” passou a documentar o “local em que me fotografei” (e de preferência “publicar” rapidamente essas fotografias, para inveja do pessoal amigo ou dos “seguidores”).

A transformação da selfie como fotografia oficial de férias ou passeio teve ainda duas consequências imediatas:
1. não há smartphone que se preze que não tenha pelo menos duas câmaras (uma para cada lado, no mínimo);

2. os nossos amigos passaram a invadir as fotografias relevando tudo o resto para (literalmente) segundo plano,

Assim, os encontros chatos, pós férias, onde se mostravam as infindáveis paisagens e locais por onde se andou, foram substituídas por sessões igualmente chatas e infindáveis, onde agora se vê o "apresentador", sorridente, em primeiro plano, deixando vislumbrar todos esses locais lá atrás.

Mas, o pior é que deixou de ser possível fotografar um qualquer monumento ou lugar público, sem ter de incluir uma ou várias pessoas a sorrirem para nós, e para um telefone.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

A Senhora do Socorro

 

Romaria do Socorro - 1980 (Foto Mário Matos)
Sarge, cinco de Agosto de 1978.
O dia começava a raiar e o grupo pôs-se ao caminho, na direcção da Quinta da Portucheira.
Minutos antes tínhamo-nos juntado ao pequeno grupo. O amigo Cunha tinha-nos proporcionada a possibilidade de fazermos a caminhada com eles.
Algumas horas depois, já com o sol mais alto, parávamos no local habitual para petiscar alguma coisa (o “hotel”) e descansar um pouco as pernas, antes da etapa final. Esta era um bocado mais “violenta”: a subida da encosta. No nosso caso, pela Cadriceira e Casal de Barbas.
Chegamos à festa a meio de manhã.

A Serra do Socorro é um dos pontos mais altos da região. Diz a gente do mar que, após se avistar a serra de Montejunto, a Senhora do Socorro é a referência que surge a seguir.
Confluência de três freguesias (Turcifal, Dois Portos e Enxara do Bispo) em dois concelhos (Torres Vedras e Mafra), de lá vislumbra-se uma paisagem fabulosa.
Foi habitada na idade do ferro (havendo vestígios de um antigo castro), serviu de posto de comunicações nas invasões francesas, mas é a sua pequena e singela igreja que todos os anos leva centenas de pessoas ao seu cimo.

A Igreja, que remonta ao séc. XVI, sofreu com o terremoto de 1755 e com um incêndio em 1996.
Com o exterior caiado de branco, simples e pequena, apresenta uma capela-mor barroca, mas nesse dia a abarrotar de gente.
Cá fora, num pequeno coreto, a banda, que depois acompanhará a procissão em volta do cimo do monte, dá o ambiente ao local.

Não sei se é pela vista deslumbrante, se pela respiração ofegante, fruto da subida, mas o ar custa a entrar. Depois de se parar na chegada, tudo parece acelerar. O ambiente calmo do caminho transforma-se numa azáfama ruidosa que só ira acamar, mais tarde, com a saída da procissão, liderada pelo lançamento ininterrupto de foguetes ao longo do seu trajecto.

Mais tarde voltei lá, num dia em que não havia festa. A paisagem deslumbrante mantinha-se. Só o ruido deu lugar ao vento.
Tudo agora era calmo, transformando a capela, quase vazia, e todo o espaço, num aconchegante lugar para estar.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Os Fogos

Caminha - 1982 (Foto - Mario Matos)

 Cumes de vegetação rasteira, em Andorra, searas já cortadas e a perder de vista, em França, ou paisagens quase lunares, em Espanha, foram algumas das paisagens de aspeto desolador (embora por vezes belo) que já me passaram pelos olhos.

No entanto, atravessar uma paisagem queimada pelo fogo é outra coisa.

Nas saídas de férias, mais do que uma vez, cruzei-me com incêndios de verão. Lembro-me de ver as grossas colunas de fumo escuro a subir no horizonte.
Porém essas visões são apenas sinais longínquos, que nos levam a imaginar que, lá longe, algo de mau está a acontecer. Mas pouco perturba ou inquieta a nossa viagem.

Já atravessar uma área ardida é outra coisa. Serpentear uma serra e, até ao horizonte, apenas avistar terra cinzenta, queimada, riscada a negro por aquilo que em tempos foram árvores verdejantes; ou atravessar um planalto cuja única paisagem é terra e pedras negras queimadas, destacando-se o cinzento da estrada como sendo a parte “alegre” do caminho, são experiências de que não se esquece.

Felizmente, ao longo de todos estes anos, fui estando sempre longe do fogo.

Bom, sempre não diria. Houve uma vez que estive um pouco mais perto.
Estávamos na década de oitenta do século passado, num dos anos em que corremos as romarias minhotas.

Local: S. João d’Arga. Romaria noturna, situada no meio de “nenhures”, na Serra de Arga.
Cenário: Final da tarde. Os romeiros vão chegando ao santuário. Parte da serra de silvado verdejante, enquanto outra parte do mato era consumida pelas chamas. 

Alguns, chegando mais cedo, montaram uma mesa improvisada com vista para o incêndio. Assim, enquanto comiam o seu farnel e faziam tempo para o arraial, viam ao vivo e a cores os pobres bombeiros a debelar o incêndio.
A “páginas tantas” surge um helicóptero no horizonte, carregando um enorme balde com água, para auxiliar os bombeiros. Gáudio nas hostes. Um novo pólo de interesse no espetáculo. O helicóptero alinha-se com a frente de fogo e larga o seu conteúdo. Alto de mais. A água falha o fogo.
No entanto, o vento faz com que esta se desloque mais para o nosso lado, dando um inesperado banho aos comensais/assistentes do espetáculo.
A seguir à chuva provocada pelo helicóptero houve-se outra “chuva”, agora de impropérios, que só as gentes do Norte conseguem articular.
Mal acabados de se limpar e reinstalar eis que surge outro helicóptero (ou o mesmo, não sei) com novo carregamento.
Agora mais baixo, a água acerta em cheio na linha de fogo que avançava para nós, levando quase á sua extinção. Gáudio na assistência, que continuou com o seu repasto.

Como o nosso objetivo era o arraial e ninguém parecia preocupado, lá fomos seguimos o nosso caminho. E fizemos bem. Por volta das duas horas da manhã juntaram-se à festa parte dos bombeiros. O incêndio estava extinto e a festa ainda ia a meio. 

sábado, 9 de julho de 2022

O Pequeno Almoço

(foto Paula P.)
Se há alguma coisa que aprendi nestes anos de saídas, é de que é importante comer uma boa refeição da parte de manhã. Chamemos-lhe Pequeno Almoço.

Ou porque sabe bem ficar deitado até mais tarde, ou porque o alojamento (em hotel) fica mais caro, o que é facto é que das primeiras vezes não dava importância a esta refeição. Até porque, por hábito, como muito pouco ao pequeno almoço.

Julgo que esta mudança de pensamento começou a ocorrer quando “tivemos” que ficar em regime de B&B na Escócia (chovia bastante) e, como o nome indica, o pequeno almoço estava incluído. O problema é que era escocês e servido às 7 horas da manhã.
Na minha lógica de “pobrezinho” (paguei, tenho que levar) enchi-me de coragem e, àquela hora da “madrugada” toca de consumir tudo o que me meteram à frente.
Foi o bacon com ovos e feijões, foram as torradas com manteiga e com doce, para não falar nos flocos com leite, tudo empurrado com café e sumo de laranja.
A verdade é que não senti necessidade de me alimentar até á hora do almoço, e esse foi ligeiro.

Se no campismo esta opção poderá ser mais complicada (embora haja quase sempre um café ou bar que serve pequenos almoços), numa “casa” (motel, hotel, estalagem…) passou a ser uma opção a ter em consideração, e, em muitos casos, determinante. Sobretudo se buffet.

Infelizmente, na maioria dos casos, o pequeno almoço no hotel obriga-nos a sacrificar também algum do tempo de sono. No entanto é recompensado com o tempo a mais para passear, para além de que vamos mais bem-dispostos.

Já me apareceu de tudo. Desde uns croissants pequeninos, mas deliciosos, até sandes de baguete de palmo e meio. Buffets com fruta deliciosamente madura e variada, até gulache quente e gorduroso.
Mas o que é facto é que o dia começa diferente, mais vigoroso. E a fome só aparece (quando aparece) bem mais tarde.

Findas as férias, regresso ao meu leite simples e, quanto muito, com pão e manteiga. Também sabe bem voltar aos velhos hábitos

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

A memória do convento

Palácio Nacional de Mafra - Julho 2021 (Foto Mario Matos)

Refere a História de que era para ser um pequeno convento para 13 frades. Acabou por se tornar num imenso edifício com cerca de 1.200 divisões, 4.700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões, tudo dentro de cerca de 40.000 m2. Já para não falarmos de uma fabulosa biblioteca, de uma imponente basílica e de dois espectaculares carrilhões (sem referir os seus seis órgãos).
Tudo porque o rei, D. João V, ia ser pai, e o ouro não parava de chegar do Brasil.
Estou a falar, claro, do Palácio Nacional de Mafra, ou Convento de Mafra, para os conhecidos.

Já não sei em que ano o visitei pela primeira vez, mas sei que era garoto.
Impressionou-me então a enfermaria e a cama para encerrar os loucos.
Lembro-me também de que, após a visita aos enormes sinos de um dos carrilhões, subi á cobertura. E de espreitar pelo óculo que encima a abobada da basílica. Lá no fundo, passeavam minúsculos os visitantes.

Não sei quantas vezes mais lá voltei, mas sei que foram várias.
A visita não foi sempre igual e o meu polo de interesse também não. A enfermaria deixou de me impressionar tanto como da primeira vez, ao contrário da biblioteca (mais não fosse por ficar a saber que, de noite, vagueiam por ali morcegos a comer a bicharada).
Sei também que, numa das últimas vezes que subi à cobertura, senti pela primeira vez vertigens ao olhar pelo óculo no cimo da abóbada.

Ao longo de todas estas visitas pude verificar a transformação que a vila de Mafra foi sofrendo, bem como, com ela, o destaque dado ao monumento.
Das primeiras vezes o convento impunha-se pela sua monumentalidade, rodeado dos pequenos edifícios da vila provinciana, enquadrado pela frondosa mata do convento e pelos campos agrícolas.
Agora, os bons acessos a Lisboa transformaram esta vila saloia num imenso “dormitório”, fazendo com que o convento surja no meio de prédios e urbanizações. 
Felizmente, para quem se aproxima da vila vindo de norte pela N9, o primeiro vislumbre do convento ainda o apresenta envolto pela tapada, dando-lhe algum enquadramento e imponência.

Mas mesmo sem o destaque de outrora, voltar ao convento é sempre uma sensação agradável. É reencontrar um velho conhecido. E por mais que o lugar nos seja familiar, tem sempre um novo detalhe que se destaca ou um pormenor que nos surpreende. Claro está que desta última vez não foi excepção. 

E quando nos preparávamos para ir embora o convento quis brindar-nos com uma surpresa. A realização de um casamento na basílica deu-nos a possibilidade de assistir ao evento, através da janela reservada aos reis.
Assim, por escassos momentos, tivemos a possibilidade de partilhar com os antigos monarcas o privilégio daquele lugar.


Informação adicional em:

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O Rádio


Numa longa viagem de carro, o rádio, e com ele a música, é uma necessidade. Mais não seja para nos ir distraindo com a pesquisa de um novo canal, seja ele de música ou de noticias.

Estejamos nós numa animada conversa entre viajantes, deslumbrados com a paisagem à nossa frente, ou sem vontade de dizer nada, o som do rádio como pano de fundo, para além de nos fazer companhia, dá um certo volume ao momento.

Apesar de hoje em dia ser normal um carro vir já equipado com rádio (mais ou menos sofisticado), nem sempre foi assim. Mas mesmo no passado, haver um rádio "a bordo" era uma vantagem. Tenho bem presente a aventura que foi atravessar o Douro, num Fiat 600, e tentar ouvir um programa de rádio com recurso a um pequeno transístor a pilhas. A cada curva do caminho o programa “desaparecia”, obrigando a nova sintonia do emissor. Uma viagem que poderia ter sido monótona e cansativa, acabou por ser agradável e divertida.

Actualmente, mesmo com recurso ao RDS para a sintonia automática da emissão, o rádio continua a ter um papel relevante na ocupação do tempo de viagem. Sobretudo quando a música que passa nos diversos canais nacionais não é do agrado dos ocupantes do carro. Aí começa o jogo da procura de um novo canal, e surgem as rádios locais e regionais, onde os programas e as músicas têm gostos diferentes dos habituais, e que, muitas das vezes, não deixam de nos surpreender e divertir.

Esta situação de busca por novos canais complica-se um pouco mais se estamos num pais estrangeiro.
Para além de não conhecermos as estações de rádio, nem sempre o tipo de programa que encontramos é aquele que gostaríamos.

Se em Espanha falam demasiado para o meu gosto (embora já tivéssemos apanhado, por alguns quilómetros e aparentemente por estarem de férias, uma rádio que só passava música, enquanto no ecrã do RDS passava a frase 'Estamos de Vacas'), em França as estações de rádio são mais semelhantes ás nossas (algumas até com o mesmo nome, caso da RFM ou NRJ), apesar de a música predominante ser francesa ou francófona. Já no Reino Unido os programas de rádio foram, para mim, uma desilusão, com excepção da XFM Scotland, que entretanto fechou, e onde basicamente só passava (boa) música Pop britânica.

Sabendo de antemão que nem sempre vamos encontrar música do nosso agrado, há sempre a possibilidade de levar a “nossa” própria música. Esta opção surgiu quando instalámos no nosso carro um auto-rádio. A partir desse dia passou a ser possível ouvir cassetes (primeiro) ou CDs (mais tarde).
Esta possibilidade veio ainda criar um outro polo de distracção, embora prévio às férias: gravar a “música das férias”. E com o CD nasceu o “disco de férias”.
No entanto estas cassetes ou discos foram criados para uso de último recurso, e para serem ouvidos apenas quando a rádio já não era opção. 

Mas, sobre os “discos de férias”, a rádio tem sempre a vantagem do inesperado e do inusitado. Para além de que nos permite descobrir outros gostos, outras músicas e outros interpretes. E a vantagem de, se conhecemos a língua do pais, podermos ainda ouvir as noticias e ir estando atualizado sobre o que se passa no mundo (foi pela rádio que soubemos, em primeira mão e longe de casa, do incendio do Chiado, em 1988).

Mão amiga deu-me a conhecer este sítio da internet (Drive & Listen).

A sua visualização fez-me relembrar a sensação de conduzir de férias, ao som do rádio.
E p
odemos também ir mudando de sintonia e ouvir várias das rádios locais, durante a viagem.