domingo, 8 de junho de 2014

Um fantasma como guia

Palácio de Versalhes, França - 2004
Sejamos claros: não acredito em fantasmas, espíritos e afins. Toda a minha formação me torna um racionalista convicto, crente apenas no conhecimento cientifico.
No entanto não descuro o conhecimento popular que também não acredita nestas coisas: "mas lá que as há, há".

Nesse ano fomos mais uma vez de férias para França. Para variar de outros anos subimos na direcção do Loire e de Paris.
Estávamos "sediados" em Blois quando decidimos ir visitar o Palácio de Versalhes.
Após o pequeno almoço iniciámos a viagem. O tempo estava bom e a viagem fez-se de forma agradável. Primeiro as belas estradas arborizadas a que França sempre nos habituou, depois vastos campos de cereais (trigo?) a serem ceifados por máquinas.

Com a aproximação de Versalhes os bosques reapareceram, começando a vislumbrar-se os extensos jardins do palácio.
Já dentro da cidade as placas com a indicação do palácio tornam-se parcas, situação pouco comum em França, o que nos fez ficar um pouco perdidos. Recuperando os hábitos cá na nossa terra, decidimos seguir a direcção da última placa encontrada, sempre naquilo que nos pareceu ser a rua "principal".
Sabíamos que já não deveríamos estar longe do palácio, pelo que lá fomos andando o mais devagar permitido pelo trânsito, procurando ou uma nova placa ou mesmo um vislumbre do palácio, nalguma rua lateral.
E foi aí que aconteceu o inusitado. 
Do banco de trás a Joana grita entusiasmada: "Eu já fiquei hospedada nessa casa aí à frente. O palácio fica já ali. Vira nessa primeira à esquerda e depois é à direita".
Verdade seja dita, uma vez que nem eu e muito menos ela, tínhamos estado antes em Versalhes, quando olhei pelo retrovisor esperei ver sair uma nuvem verde ectoplasmática da boca da minha filha. Mas não. Vi apenas uns olhos muito abertos num misto de entusiasmo e excitação, olhando para a rua que me estava a indicar.

Perante tão veemente indicação, liguei o "pisca" e segui a direcção indicada. E lá estava ele, o palácio.

Confesso que temi fazer a pergunta que se impunha:"como é que sabias?"
Felizmente a resposta foi simples. Uns anos antes tínhamos-lhe oferecido um jogo de computador cuja acção se passava uns séculos atrás no palácio de Versalhes. Pelos vistos a recriação do jogo era fiel ao local e a cidade não timha mudado assim tanto.
Mas o episódio marcou-nos para sempre. A nós pelo inesperado e a ela pela estranha sensação de "dejá vu".


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