Santiago de Compostela - 2011 |
Um dos dilemas que se coloca a quem gosta de viajar é o voltar ou não aos lugares
por onde já se passou. Se por um lado a oportunidade de conhecer outros lugares
é escassa (quer em tempo quer em dinheiro, sendo importante não disperdiçar
oportunidades), por outro não se conhece verdadeiramente um lugar se não nos
sentirmos lá como em casa. Para além disso, voltar a um lugar tem outra
vantagem. Passado o fascinio da novidade começamos a ver os pormenores, o que
realmente é esse lugar. Mais, assiste-se à evolução desse mesmo lugar (para
melhor, para pior ou para diferente), o que é sempre uma experiência
interessante.
Poucos são os lugares onde volto ou voltaria com prazer. Menos aqueles em
que tive a oportunidade de o fazer. Santiago de Compostela está, em qualquer dos
casos, no topo da lista.
Apesar de ter tido alguns anos de interregno nas minhas regulares visitas à
cidade, a quantidade de vezes que já lá fiquei faz-me sempre sentir em casa quando
aí regresso.
Da primeira vez, ao fim de dois dias já conhecia boa parte do “casco” velho
da cidade. Ao fim de alguns anos aprendi a comer como os locais e a tirar partido
das raciones. No entanto foram
precisos mais uns anos para conhecer pessoas que, mesmo após uma ausência mais
prolongada, nos fazem uma festa sempre que nos revêem.
A fotografia que publico é uma fotografia “clichet” da catedral, tirada do
Parque da Alameda. Mas o que é que mais se pode fotografar ao fim de tantos
anos de por aqui passar?
A primeira vez que fomos a Santiago de Compostela (ainda e gloriosamente no
Fiat 600) foi, se a memória não me falha, em 1982. Partimos de Viana do
Castelo, de manhã, num dia de muito calor. Chegámos ao fim da tarde a Santiago
(após várias paragens para deixar arrefecer o carro e voltar a pôr água no
radiador). Na altura ainda se podia estacionar frente à catedral, sem qualquer
restrição.
A última vez (até à data) foi no ano passado. Chegámos a meio da tarde,
vindos de Léon. Desta vez o carro teve que ficar num dos vários parques de
estacionamento espalhados pela cidade.
Como referi, muitas das minhas férias passaram por Santiago, razão pela
qual guardo muitas e boas recordações (mesmo quando chove, o que não é raro).
Mas essa memória fica para outra ocasião. Apenas como curiosidade gostava de referir
que foi também em Santiago que a minha filha, então com três anos, acampou pela
primeira vez, rendendo-se (julgo eu) ao campismo e, claro, à cidade.
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